31 de julho de 2008

Formado em supletivo tira notas mais altas do ITA

No ITA (Instituto Tecnológica de Aeronáutica), uma das instituições mais concorridas do país, entre os alunos com maiores notas está um estudante que, durante seis anos, não foi à escola. Gilberto Giuzio, 24, estudou sozinho e se formou no ensino médio com prova de supletivo.No segundo ano de engenharia, as médias de Giuzio ficam entre 7,5 e 9,5 - o que, na instituição, é classifcado com os conceitos "bom" e "muito bom". "Menos de 30% dos alunos têm essas notas", diz Tânia Rabelo, professora do ITA.Antes do ITA, Giuzio passou um ano em cursinho com bolsa integral. "Comecei com desconto de 50%. Trabalhava em uma ótica para pagar o resto do curso, mas depois me deram isenção", conta Giuzio.Freqüentou a escola só até a oitava série - "era rural, longe da cidade". Teve de abandonar os estudos entre os 13 e os 15 anos, devido à distância e ao trabalho na roça. Retomou aos 16, quando fez a oitava série, e teve de parar novamente."Mas continuei estudando com livros emprestados. Não queria continuar trabalhando no campo, e sabia que estudando teria mais oportunidades", diz.Inscreveu-se para exame de supletivo e ganhou, aos 18, diploma de ensino médio. Mudou-se para Campinas (SP), onde morava uma tia, para tentar estudar para o vestibular."Nao sou aquele aluno que estuda demais, mas se precisar ter foco, tenho", conta Giuzio. O resultado: depois de um ano de estudos, passou em primeiro lugar nos vestibulares de USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em São Paulo, além de ser classificado para o IME (Instituto Militar de Engenharia), no Rio de Janeiro, e para o ITA. Escolheu o instituto de São José dos Campos (SP), onde matriculou-se para a graduação em engenharia aeronáutica."Vou tentar mudar para engenharia de produção, e quero fazer carreira em indústria ou mercado financeiro. Na vida, temos de fazer escolhas, e já fiz as minhas", disse.
UOL Notícias
Da Redação-Em São Paulo
31/07/2008 - 20h19

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