No ITA (Instituto Tecnológica de Aeronáutica), uma das instituições mais concorridas do país, entre os alunos com maiores notas está um estudante que, durante seis anos, não foi à escola. Gilberto Giuzio, 24, estudou sozinho e se formou no ensino médio com prova de supletivo.No segundo ano de engenharia, as médias de Giuzio ficam entre 7,5 e 9,5 - o que, na instituição, é classifcado com os conceitos "bom" e "muito bom". "Menos de 30% dos alunos têm essas notas", diz Tânia Rabelo, professora do ITA.Antes do ITA, Giuzio passou um ano em cursinho com bolsa integral. "Comecei com desconto de 50%. Trabalhava em uma ótica para pagar o resto do curso, mas depois me deram isenção", conta Giuzio.Freqüentou a escola só até a oitava série - "era rural, longe da cidade". Teve de abandonar os estudos entre os 13 e os 15 anos, devido à distância e ao trabalho na roça. Retomou aos 16, quando fez a oitava série, e teve de parar novamente."Mas continuei estudando com livros emprestados. Não queria continuar trabalhando no campo, e sabia que estudando teria mais oportunidades", diz.Inscreveu-se para exame de supletivo e ganhou, aos 18, diploma de ensino médio. Mudou-se para Campinas (SP), onde morava uma tia, para tentar estudar para o vestibular."Nao sou aquele aluno que estuda demais, mas se precisar ter foco, tenho", conta Giuzio. O resultado: depois de um ano de estudos, passou em primeiro lugar nos vestibulares de USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em São Paulo, além de ser classificado para o IME (Instituto Militar de Engenharia), no Rio de Janeiro, e para o ITA. Escolheu o instituto de São José dos Campos (SP), onde matriculou-se para a graduação em engenharia aeronáutica."Vou tentar mudar para engenharia de produção, e quero fazer carreira em indústria ou mercado financeiro. Na vida, temos de fazer escolhas, e já fiz as minhas", disse.
UOL Notícias
Da Redação-Em São Paulo
31/07/2008 - 20h19
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