28 de janeiro de 2009

FSM 2009: Conferência internacional discute crise mundial de alimentos


O Fórum Social Mundial 2009 abre espaço para a reflexão sobre a crise do sistema alimentar mundial, que atinge diversos países desde o ano passado. No dia 29 de janeiro, às 15h30, será realizada a Conferência Internacional Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional no Contexto da Crise Mundial de Alimentos, no auditório da Prefeitura da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, Pará.
Promovida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a conferência tem o objetivo de analisar a questão e construir alianças entre os países para enfrentar a crise.
Entre os palestrantes estão Renato S. Maluf, presidente do Consea; a senadora Marina Silva; João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Irio Luiz Conti, presidente da Fian Internacional (FoodFirst Information & Action Network - Rede de Informação e Ação pelo Direito Humano a se Alimentar) e integrante do Consea. O evento também terá as palestrantes internacionais Silvia Ribeiro, do ETC Group (Action Group on Erosion, Technology and Concentration); e Alina Canaviri, representante da Federação Nacional de Mulheres Campesinas da Bolívia "Bartolina Sisa".
O evento conta com o apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Action Aid e Oxfam Internacional.
ServiçoConferência Internacional Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional no Contexto da Crise Mundial de AlimentosData: 29 de janeiro (quinta-feira)Hora: 15h30Local: Fórum Social Mundial 2009 - Auditório da Prefeitura da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (Avenida Presidente Tancredo Neves, Nº 2501, Bairro Terra Firme - Belém - Pará)

Fonte/Informações

Assessoria de Comunicação do CONSEA

(61) 3411-3349 / 3411-3279

27 de janeiro de 2009

FSM: a Amazônia e o mundo

Selvino Heck

A 9ª edição do Fórum Social Mundial em Belém, Pará, está cercada de esperança. Depois do primeiro, em Porto Alegre, 2001, este talvez seja o mais importante. Por pelo menos três motivos principais: a conjuntura mundial, com a crise econômica em curso; o fato de ser realizado na Amazônia; e as mudanças em processo na América do Sul e América Latina.
O FSM surgiu no contexto do capitalismo neoliberal. Embora no início dos anos 2000 já houvesse os primeiros questionamentos ao Consenso de Washington, o modelo do Estado mínimo, da visão privatista, das políticas sociais compensatórias, acompanhado de toda uma gama de valores, era dominante. Como disse alguém anos atrás, seria o fim da história. O Fórum foi a primeira articulação mundial contra o neoliberalismo de todos aqueles que queriam algo diferente e novo, mesmo com sua pluralidade, seu amplo espectro de matizes ideológicas, sua falta de ambição em fazer proposições. (Após o término do primeiro Fórum, a grande discussão dos organizadores e de todos que participamos de sua construção era se o Fórum não deveria se transformar, de um centro de debates, troca de idéias e experiências, em um centro formulador e mobilizador de políticas e propostas para o mundo, a sociedade e os governos.)
De toda forma, o Fórum começou a dar um sentido e um rumo a milhares de ações dispersas, a milhares de organizações que não tinham um espaço aglutinador. E passou a ser um contraponto ao Fórum Econômico de Davos. A partir daí, mudanças começaram a acontecer especialmente na América do Sul e Latina, já latentes, mas agora impulsionadas por novos referenciais e valores.
A crise econômica, da qual ainda não se sabe bem a extensão e profundidade (cada dia especialistas trazem novas avaliações), com certeza abre oportunidade de repensar projetos de desenvolvimento e de sociedade. O modelo neoliberal faliu, não o capitalismo por certo. Mas no meio da crise é possível pensar que tipo de Estado se quer e precisa, que formas de produção caminham no sentido da igualdade e da partilha e têm base na solidariedade, que relações humanas e sociais devem ser (re)construídas, que valores devem ser predominantes para vencer o individualismo, enfrentar a violência crescente, a fome e a desigualdade.
O fato de o Fórum de realizar na Amazônia adquire um simbolismo especial. O mundo começa a se dar conta de que os temas da ecologia e do meio ambiente são decisivos hoje para a humanidade. E que o atual modelo de desenvolvimento, baseado no crescimento econômico, no acúmulo de bens, na massificação da produção de mercadorias, é insustentável a médio e longo prazo. A Amazônia, por todas as razões, é o exemplo maior dos dilemas e problemas a resolver. Como preservá-la, por um lado, com seus rios, água, florestas e biodiversidade? Como garantir que o capitalismo predador e a ganância desmedida não a destruam em pouco tempo? Como, por outro lado, construir, junto com a população local, um projeto de desenvolvimento que aproveite suas riquezas, dando condições de vida digna para seus habitantes? Ao mesmo tempo, como incorporar nas perguntas, respostas e nas soluções para a Amazônia o tema ambiental e a ecologia em plano mundial e até planetário?
A América do Sul e Latina estão vivendo o momento mais rico de sua história de quinhentos anos, da qual são expoentes países que fazem parte da Amazônia Brasil, Bolívia, Venezuela e Equador. As experiências de governos de esquerda, centro-esquerda e progressistas são fruto da busca de um projeto alternativo que os movimentos sociais e diferentes organizações vêm tentando construir e implantar nas últimas décadas, baseadas em experiências locais de base, na auto-organização dos trabalhadores e excluídos, na educação popular, na construção de políticas públicas e de processos democráticos de baixo para cima. Estas experiências, de matizes diversas, têm um ponto em comum, Um Outro Mundo é possível, isto é, não aceitam e não querem mais o que está aí, e precisam ser fortalecidas e consolidadas.
Os desafios, portanto, deste FSM são muitos. As mais de cem mil pessoas esperadas estarão, com certeza, imbuídas deste sentido e compromisso. É preciso avançar e o momento histórico abre possibilidades que não podem ser desperdiçadas. A Rede Talher de Educação Cidadã, coordenada pela Assessoria de Mobilização Social da Presidência da República, e por sinal uma das organizadoras do Fórum, realizará na tarde do dia 29 de janeiro o seminário Organização, Educação Popular e Participação Social na América Latina: Dilemas e Desafios, com participação do ministro de Direitos Humanos do governo brasileiro, Paulo Vannuchi, de Frei Betto, do educador popular da Costa Rica, Oscar Jara, e do vice-ministro de Educação Superior da Bolívia, Diego Pari. O objetivo é contribuir no debate e conhecimento das experiências em curso no Brasil e na América Latina desenvolvidas pela sociedade civil e por governos comprometidos com a construção de modelos de sociedade justos e democráticos.
Os lutadores e lutadoras sociais estão em festa por poderem viver este momento. O 9º Fórum Social Mundial de Belém será mais um tijolo colocado na construção de Um outro Mundo possível.

Selvino Heck é assessor especial do Presidente da República

26 de janeiro de 2009

Pesquisa do Ibase mostra avaliação de movimentossociais sobre Bolsa Família e Segurança Alimentar

Integração de políticas sociais é vista como caminho aseguir; estudo qualitativo será apresentado dia 30, no Fórum Social Mundial, em Belém
"Como garantir o direito humano à alimentação às famílias mais vulneráveis à fome?". A pergunta guiou os Diálogos sobre o Direito Humano à Alimentação no Brasil, pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e que ouviu, em seis "Grupos de Diálogo", 150 representantes de movimentos sociais e organizações da sociedade civil, nos estados de RJ, RS, MG, GO, BA e PA, em julho e agosto de 2008. O principal objetivo do trabalho - que será apresentado no próximo dia 30 de janeiro, durante oficina no Fórum Social Mundial, em Belém (veja local abaixo) - foi o de investigar a percepção destes representantes sobre o Programa Bolsa Família e as políticas de segurança alimentar, além de sugerir novas políticas públicas. O estudo encerra a pesquisa Repercussões do Programa Bolsa Família (PBF) na Segurança Alimentar e Nutricional das Famílias Beneficiadas.
O relatório final (40 páginas) dos "Diálogos" aponta como um dos grandes consensos o entendimento de que a garantia do direito humano à alimentação passa por iniciativas de curto, médio e longo prazos, de emergenciais a estruturantes. Na escolha de caminhos, as políticas de geração de trabalho e renda foram consideradas prioritárias. Os participantes da pesquisa demonstraram concordar com iniciativas de assistência alimentar e com o Programa Bolsa Família, não estabelecendo contradições entre ações desta natureza e outras políticas públicas, o que representa um reconhecimento da assistência alimentar como um direito. As políticas de produção e abastecimento alimentar tiveram uma avaliação positiva, mas com questionamentos à sua capacidade de atender as famílias mais pobres.
Durante os "Diálogos" foram reafirmadas demandas antigas, dentre as quais o maior destaque foi a reforma agrária. O relatório final mostra também que a discussão sobre iniciativas públicas de abastecimento ainda é feita de forma fragmentada, contudo aponta que, quando devidamente compreendidas em seu potencial de aproximação da produção e do consumo, as políticas de abastecimento ganham relevância e passam a ser consideradas prioritárias e estruturantes da soberania e segurança alimentar e nutricional.
A metodologia dos "Grupos de Diálogo" foi desenvolvida originalmente no Canadá, e seu fundamento é que a opinião não é formada individualmente, mas no diálogo. Ao incorporar a oportunidade de acesso a informações, estimular reflexões coletivas e encorajar a construção de consensos, os Diálogos representaram também uma oportunidade de formação, aspecto muito valorizado pelos(as) participantes. Os principais consensos foram registrados em 13 passos rumo à garantia do direito a alimentação.
Acesse o resumo da pesquisa
Serviço
A pesquisa "Diálogos sobre o Direito Humano à Alimentação no Brasil" será apresentada em oficina no Fórum Social Mundial, em BelémData: 30 de janeiro (sexta-feira)Hora: A partir de 8h30Local: Fórum Social Mundial 2009 - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) - Prédio Central 1, Bloco B, Sala B005.
Informações
Rogério Jordão (21) 2556-3095/9282-1441

Fonte: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

Edital Instituto HSBC Solidariedade até 17/02

O Instituto HSBC Solidariedade, inteligência social do Grupo HSBC no Brasil, está com inscrições abertas, até 17 de fevereiro, para seleção Future First. Trata-se de um programa global do grupo, com duração de 5 anos (2007 a 2012), e investimento total de U$ 10 milhões, que visa atender 1 milhão de crianças nesse perfil em 85 países. Assim, o Instituto, que coordena o processo para a América Latina e responsável pela validação das inscrições dessa região, abre edital no Brasil para projetos que ofereçam abrigo e educação formal ou informal a crianças em situação de rua ou moradoras em instituições de abrigamento (casas lares, repúblicas ou albergues). Para garantir a alta qualidade dos projetos selecionados, o processo – de rigorosa avaliação - é feita de forma individual e única em todo mundo. Para isso, a primeira etapa acontece na Índia e é finalizada no Reino Unido, matriz do banco. Por tais motivos, o formulário de inscrição deve ser escrito em inglês, impreterivelmente. O orçamento por projeto é de até U$25 mil/ano. O apoio pode acontecer de 01 a 03 anos, dependendo do que a organização solicitar e o Comitê considerar adequado. No entanto, a liberação da 2º e 3ª parcelas anuais está vinculada aos resultados do ano anterior. Serão aceitos projetos sob responsabilidade de organismos não governamentais e comunitários, legalmente constituídos no país, sem fins lucrativos, que atuem no Terceiro Setor. Organismos governamentais podem apresentar projetos por meio de suas fundações e associações. O regulamento completo e o formulário de inscrição estão disponíveis no site Por um mundo mais feliz e os projetos devem ser enviados para o e-mail: hsbc.solidariedade@hsbc.com.br, assunto "Projeto Seleção Future First 2009", impreterivelmente até às 17h do dia 17/02/09 (horário de Brasília). O resultado da seleção será divulgado no dia 30 de março de 2009, no site Por um mundo mais feliz, do Instituto HSBC Solidariedade.

Fonte GIFE

Estudo sobre impactos da cana em 2008

Pesquisadores percorreram oito Estados brasileiros para registrar os impactos do monocultivo canavieiro. Relatório “O Brasil dos Agrocombustíveis – Cana 2008” denuncia conflitos trabalhistas, ambientais, sociais e fundiários.
Na safra em que o otimismo generalizado no setor sucroalcooleiro foi substituído pelo receio quanto ao futuro, quem “pagou o pato” foram os empregados rurais, cujas condições de trabalho e de remuneração, já distantes do ideal, precarizaram-se ainda mais. Essa é uma das avaliações apresentadas pelo relatório “O Brasil dos Agrocombustíveis – Cana 2008 – Impactos das lavouras sobre a terra, o meio e a sociedade”, do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA) da ONG Repórter Brasil. Para fazer o estudo, pesquisadores do CMA percorreram oito Estados: Acre, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Em todas as regiões, identificaram in loco os impactos causados pela expansão canavieira, além de entrevistar trabalhadores, empresários, administradores públicos, pesquisadores e moradores. A área de cana no país aumentou 14,2% em 2008, para 7,01 milhões de hectares.
Do ponto de vista do trabalho, os empregados em atividades canavieiras, em especial os cortadores, viveram um ano difícil. Ao passo que a cesta básica no Estado de São Paulo subiu 16,1% em 2008, usinas reajustaram salários em torno de 7%, de acordo com a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp). A perda do poder de compra levou muitos trabalhadores a promoverem greves, que se generalizaram na porta das usinas da região de Ribeirão Preto (SP), um dos maiores pólos canavieiros do país, ao longo do segundo semestre de 2008.

A piora das condições de renda agravou ainda mais o quadro de superexploração do trabalho existente no setor sucroalcooleiro, cuja face mais visível é o aumento de produtividade registrada pelo trabalhador do corte da cana. Desde 2000, a produtividade do cortador cresceu 11,9% no Estado de São Paulo, enquanto o preço da tonelada paga a ele aumentou menos, 9,8%, no mesmo período.

Em 2008, o setor sucroalcooleiro também continuou liderando o ranking do número de libertados do trabalho escravo no Brasil: foram 2.553 (49%) libertados entre o total de 5.244 trabalhadores, ante 1.026 (20%) libertados na pecuária e 720 (14%) em outras lavouras, conforme dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). A última atualização da “lista suja” de empregadores flagrados com trabalho escravo, divulgada em dezembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego, traz o nome de pelo menos sete fazendas de cana ou companhias sucroalcooleiras, localizadas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Ceará.

Do ponto de vista ambiental, o relatório aponta impactos diretos e indiretos causados pela expansão canavieira. Entre 2007 e 2008, a área de cana destinada ao setor sucroalcooleiro avançou, trazendo ameaças para áreas de Cerrado, de Mata Atlântica, da Amazônia e até da Caatinga. Estudos do Ministério do Meio Ambiente e de diversos centros de pesquisa denunciam os riscos trazidos pela cana à biodiversidade, aos recursos hídricos e à qualidade do ar em diversos Estados brasileiros, o que minimiza as vantagens trazidas pela queima do etanol em relação à gasolina em veículos automotores.

Em 2008, o setor sucroalcooleiro foi o campeão de multas mais elevadas – acima de R$ 15 mil – em São Paulo, motivadas por emissão de poluentes em desacordo com a legislação. No Mato Grosso do Sul, o Pantanal se vê ameaçado nos últimos anos pela expansão dos canaviais, que também afeta diretamente os povos indígenas encurralados da região.
A pesquisa também registra casos de exploração de trabalhadores no Nordeste. Em Alagoas, uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) esteve em 15 grandes usinas do Estado e constatou irregularidades que atingiram mais de 20 mil trabalhadores em 14 delas. Local de históricos conflitos entre usineiros e movimentos sociais, Pernambuco também foi cenário de crimes ambientais cometidos por usinas de açúcar e álcool.

Em grande parte responsável pela dizimação da Mata Atlântica nordestina, a cana ganhou fôlego com incentivos estaduais e novos empreendimentos. As usinas, porém, raramente cumprem a legislação ambiental de áreas de proteção permanente e reservas legais. Ao longo do ano, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou todas as 24 usinas em Pernambuco com base nesses crimes.

Áreas da Amazônia também foram visitadas para a confecção do relatório. O zoneamento ecológico e econômico da cana, prometido pelo governo federal como forma de evitar o avanço da monocultura em substituição às florestas, não foi concluído em 2008. A despeito de ainda não representar uma cultura muito difundida na região, o caso da Fazenda e Usina Pagrisa deixou um legado simbólico. Em junho de 2007, mais de mil pessoas foram encontradas em condições análogas à escravidão na propriedade em Ulianópolis (PA), na maior libertação de trabalhadores já realizada pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O relatório do CMA sobre os impactos da cana-de-açúcar no Brasil é mais um da série "O Brasil dos Agrocombustíveis", que já possui análises sobre soja, mamona, dendê, algodão, milho e pinhão-manso. Ao longo de 2009, novos relatórios de impacto serão produzidos sobre essas culturas, com o objetivo de avaliar a evolução das práticas trabalhistas e ambientais nas lavouras de culturas utilizadas para a produção de agrocombustíveis no Brasil.

A íntegra do relatório está disponível no link
Biblioteca Livre do BLOG do IDEAS

Contato com a imprensa
Marcel Gomes (coordenador da pesquisa) – (11) 2506-6570 (ramal 2) ou (11) 8127-2235
Verena Glass Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis Reporter Brasil www.reporterbrasil.org.br (11) 2506-6562

16 de janeiro de 2009

Programas de segurança alimentar atendem

Mais de 13 milhões de pessoas foram beneficiadas em 2008 pelos programas de segurança alimentar e nutricional coordenados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O governo federal investiu R$ 618 milhões nos programas de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA); de equipamentos públicos, como Restaurantes Populares, Bancos de Alimentos e Cozinhas Comunitárias; de Cisternas; de Agricultura Urbana e Periurbana; de Mercados Populares; de Educação Alimentar e Nutricional; e de distribuição de cestas de alimentos.
Somente o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), recebeu R$ 445 milhões, atendendo cerca de oito milhões de pessoas. No ano passado, o Programa comprou, em média, 468 mil litros de leite por dia (dados novembro/08), em 1.409 municípios beneficiados, em nove Estados, com a aquisição e/ou distribuição do produto. Desde o início do PAA, implantado em 2003, o Ministério já investiu R$ 1,9 bilhão, atendendo a 66,9 mil produtores.
Para a construção e/ou reforma de equipamentos públicos, convênio firmado entre o Ministério e Prefeituras ou Estados foram investidos R$ 12,1 milhões em 2008. Cerca de 99 mil refeições são servidas, diariamente, nos 64 Restaurantes Populares em funcionamento até o ano passado. Nas 371 Cozinhas Comunitárias que começaram a funcionar até 2008, com apoio financeiro do MDS, são servidas 69 mil refeições. Os Bancos de Alimentos possuem 55 instalações em oito Estados, sendo que 11 foram inaugurados em 2008.
O programa de construção de cisternas, que beneficia famílias que vivem na região do Semi-Árido brasileiro, recebeu o investimento de R$ 53 milhões, sendo que 25 mil novas unidades foram concluídas durante o ano passado . Iniciado em 2003, o programa já recebeu, do Ministério, aporte de recursos para a construção de quase 300 mil cisternas, em 1.125 municípios.
Para as famílias que já possuem a cisterna, o Ministério investiu, a partir de 2008, em tecnologia para armazenar e conservar água da chuva para a produção de alimentos, a chamada "Segunda Água". Foram investidos R$ 21,5 milhões para a construção de 2.512 cisternas de barragens subterrâneas, tanques de pedra ou barraginhas, sendo 265 unidades já concluídas em 2008.
Mais de 24 mil famílias foram atendidas pelo Programa de Agricultura Urbana e Periurbana com recursos de R$ 10 milhões. A parceria realizada com municípios possibilitou a ocupação de terras na área urbana na implantação de hortas comunitárias que proporcionou ganho financeiro para as famílias que ali trabalharam. A comercialização destes produtos também teve apoio do MDS para a implantação de 136 feiras, mercados populares e incubadoras, que tiveram sua implantação iniciada em 2008.
Quase 10 mil pessoas foram beneficiadas pelas Ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) em 15 Estados, além de outros 1.500 beneficiários atendidos pela articulação entre as Ações de Educação Alimentar e Nutricional e os equipamentos públicos de alimentação e nutrição (os Restaurantes Populares, os Bancos de Alimentos e as Cozinhas Comunitárias). Mais de R$ 3 milhões foram investidos nessas ações, que contemplam atividades de mobilização e sensibilização, capacitação e geração de trabalho e renda. O Ministério também apóia - com recursos de 2007 a 2009 - o Programa Cozinha Brasil nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), em parceria com o SESI, totalizando R$ 5 milhões. Nesta nova modalidade do Programa está prevista a capacitação de nove mil multiplicadores e mais 198 mil pessoas da comunidade, além de atividades de massa para outras 779.840. Em 2008, foram formalizados 26 novos convênios, sendo 11 com Estados e os demais nos equipamentos, com investim entos do Ministério de mais de R$ 4 milhões.
Quase 500 mil famílias dos 26 Estados e Distrito Federal receberam um total de 978 mil cestas de alimentos distribuídas pelo Ministério. Essas cestas são entregues, em parceria com outros órgãos federais, em caráter emergencial, às famílias que se encontram em grave situação de insegurança alimentar e nutricional.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Programa Social de Combate à Fome

O Programa Sopa Amiga, criado durante a última administração do ex-governador Miguel Arraes e retomado durante o início do Governo de Eduardo Campos, é hoje parcela importante no desenvolvimento nutricional de muitas crianças no Estado. A sopa é distribuída em dezenas de creches da Região Metropolitana do Recife, a exemplo do Instituto Tia Sara, na comunidade Roda de Fogo, um das primeiras atendidas pelo programa.

Desde março de 2007, milhares de quilos de tomate, jerimum, batatinha, repolho e outros produtos considerados sem atrativo para o consumidor - que muitos preferem chamar de “estragados” - são reaproveitados no Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco - Ceasa/PE, vinculado à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado. Esses alimentos passaram a ser utilizados como suprimento alimentar de milhares de crianças, adolescentes, idosos, pacientes que contraíram o vírus HIV, além de dependentes químicos e gestantes.
Hoje, o Sopa Amiga está presente em 37 entidades beneficiadas, entre associações e escolas comunitárias, e entidades assistenciais localizadas no Recife e nos municípios de Jaboatão, Olinda, Paulista, Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho. São distribuídos cerca de 10 mil pratos de sopa acompanhados de um pão francês.
Entre outros beneficiados estão 50 dependentes químicos assistidos pela entidade Desafio Jovem - Várzea-Recife; pelo projeto Amigos de Dom Hélder Câmara, de Vitória de Santo Antão e, pelo menos, 600 pessoas, entre gestantes e nutrizes, idosos e crianças até cinco anos de idade. O mesmo ocorre com 150 crianças que recebem o apoio da Associação dos Pais e Amigos Responsáveis Vivendo com o HIV, de Cabo de Santo Agostinho.
No Recife, as Kombis do Sopa Amiga fazem a distribuição da “sopa expressa” - que chega quentinha em baldes de 50 quilos nas comunidades dos bairros mais populares da Capital, como Totó, Torrões, Caçote, Novo Detran, Jordão Baixo, Ibura e Coque, entre outros. Na comunidade do Detran foi criada a Associação Beneficente Clube do Sopão, onde são entregues 100 pratos de sopa e um pãozinho para cada pessoa beneficiada.
Preferência - Os ingredientes utilizados na fabricação da Sopa Amiga - folhas, jerimum, batatinha, arroz, tomate, repolho, macarrão, carne etc. - asseguram ao alimento preferido pela garotada das creches comunitárias da Região Metropolitana do Recife um considerável valor nutricional. Cada 100 gramas da sopa contém 200 calorias, 23% de carboidratos, 14% de proteínas, além de 6% de fibras, 4% de sais minerais e apenas 3% de gorduras.
De acordo com o gerente do programa, o químico Domingos Sávio Dornelas, o conteúdo de nutrientes na sopa vem repercutindo de forma crescente dentro e fora de Pernambuco, resultando em constantes pedidos de apoio por parte de prefeituras, entidades da sociedade civil e de outras Ceasas, como a do Rio Grande do Norte, que já está com seu programa em desenvolvimento.
A assistente social, Sheila Ferreira, que faz o acompanhamento do programa nas comunidades, afirma que o número de entidades que procuram o programa é algo extraordinário, sendo impossível atender a demanda. “Cada dia recebemos pedidos de entidades - principalmente prefeituras, para contemplar outros municípios, o que estamos fazendo na medida do possível”, assegura.
O diretor de Programas Especiais da Ceasa, Gustavo Melo, disse que o Sopa Amiga é hoje de inquestionável importância social, com resultados altamente significativos, na medida em que contribui para o desenvolvimento nutricional de um grande número de crianças carentes.
Credibilidade - O presidente da Ceasa, Romero Pontual, ressalta que, aliado a outros programas sociais, o Sopa Amiga é uma espécie de “carro chefe” que vem contribuindo para sensibilizar um bom número de empresários que se transformaram em grandes parceiros que hoje fazem doações de vários produtos destinados à Fábrica de Sopa, instalada no antigo Instituto Alimentar de Pernambuco - IAPE, criado pelo ex-governador Miguel Arraes, que funciona nas dependências da Ceasa-PE.
Para se ter uma idéia da generosidade dos parceiros, no balanço de 2008, onde foram produzidos 975 mil pratos de sopa - e igual quantidade de pães, as contribuições dos empresários foram fundamentais para o êxito do programa. As doações de hortícolas - hortaliças diversas - somaram 448.605 quilos, enquanto outros insumos - carne, arroz, macarrão etc. atingiram 13.893 quilos. Foram reaproveitados - (deixaram de ir para o lixo) 101.186 quilos de hortícolas. Entidades da sociedade civil se aliaram aos empresários da Ceasa e doaram 31.286 quilos hortícolas e outros insumos que se somaram a outros 43.921 quilos de produtos diversos. Entre esses parceiros, estão a Agência de Regulação de Pernambuco - Arpe e a Coopergas.
Fonte:
Portal Gov.PE/CEPE

Estado realiza curso de graduação em administração pública

O Governo do Estado está empenhado em profissionalizar seus servidores, e por isso, elaborou um curso de graduação que vai formar profissionais para atender campos específicos na área de gestão pública. O formato do curso é mais compacto, com duração média menor que a dos cursos de graduação tradicionais.
A criação do curso de graduação superior sequencial em Administração Pública foi avaliada pelo Conselho Universitário da Universidade de Pernambuco -UPE - e recebeu aprovação dos seus integrantes. A iniciativa da implantação do curso é da Secretaria de Administração - SAD, que solicitou à diretoria da UPE a sua concepção. A graduação tem como público-alvo servidores efetivos do quadro de pessoal do Estado que atuam na área de gestão e ainda não possuem o título.
Para o secretário de Administração, Paulo Câmara, além da formação de gestores, o curso também repassa uma base científica, cultural, sociológica e administrativa para que os servidores públicos possam ampliar suas perspectivas e melhorar seu desempenho no exercício das funções.
“Pela primeira vez no Estado, os funcionários públicos, que ainda não têm curso superior, terão a chance de se graduar através desse curso de administração pública”, ressalta o reitor da UPE, Carlos Calado.
Ministrado pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - Fcap/ UPE, através da Escola de Governo, o curso, inteiramente gratuito, oferecerá 50 vagas para a primeira turma, prevista para iniciar em março.
As inscrições serão realizadas pessoalmente pelo interessado no Instituto de Recursos Humanos - IRH, localizado no Derby, em um período ainda a ser determinado, portando a documentação exigida pelo edital. A seleção ocorrerá em duas etapas, compreendendo análise documental e prova de conhecimentos, incluindo redação. A lista dos candidatos aprovados será divulgada pela Fcap/UPE e disponibilizadas nos sites www.fcap.adm.br, www. sad.pe.gov.br e www.irh. pe.gov.br.
Fonte:
CEPE

13 de janeiro de 2009

Agrotóxicos podem influenciar na diminuição da natalidade

O Jornal Estado do Paraná divulgou, na edição de 29 de dezembro de 2008, uma reportagem sobre o estudo realizado pela doutoranda da ENSP, Gerusa Gibson, e pelo pesquisador do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da ENSP, Sergio Koifman, que aponta a diminuição no número de nascimentos de indivíduos do sexo masculino conforme a exposição demasiada e o consumo elevado de agrotóxicos. O trabalho dos pesquisadores sugere que essas substâncias estariam atuando como desreguladores endócrinos na população.
Fonte:
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)

12 de janeiro de 2009

Conselheiros que representam povos tradicionais terão oficina preparatória

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) realizará de terça até quinta-feira (13 a 15), na Fundação Cultural Palmares, em Brasília, uma oficina preparatória para conselheiros representantes de povos e comunidades tradicionais. Participam representantes das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e Agentes de Pastoral Negros do Brasil - APNs
A participação de entidades representativas dos povos e comunidades tradicionais no Consea foi uma das conquistas da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em Fortaleza, em julho de 2007.
Em fevereiro de 2008 foi criada no conselho a Comissão Permanente das Populações Negras e Povos e Comunidades Tradicionais (CP5), cujo objetivo é propor políticas públicas de segurança alimentar e nutricional para esses segmentos.
Segundo a conselheira Ana Lúcia Pereira, uma das responsáveis pelo evento, "havia a necessidade de realizar uma oficina preparatória aos povos e comunidades tradicionais". Ela informa que a oficina pode ser "uma tempestade de idéias, onde se pode previamente debater o assunto em diferentes abordagens, visando a troca de conhecimento e de ações que contribuam efetivamente para a melhoria da participação".
Fonte:
Assessoria de Comunicação do CONSEA

ÁGUA PRA GENTE

*por William Ferreira A água passa nos canos, mas não é para os canos. É para as pessoas, para os animais, para as lavouras, até mesmo...