17 de agosto de 2011

Curso ELABORAÇÃO DE PROJETOS

estão abertas as inscrições para o Curso ELABORAÇÃO DE PROJETOS.
As aulas serão nas segundas, havendo uma turma pela tarde e outra a noite. Venha participar !!!

Objetivo: Discutir as bases introdutórias da formulação de projetos científicos e executivos, apresentando ferramenta de gestão e planejamento operacional, visando elaboração de projetos para a captação de recursos e apresentação em espaços acadêmicos (graduação e pós-graduação).

Público: Estudantes e profissionais de qualquer área do conhecimento.

Inscrição: 15 a 31 de agosto de 2011, na Sala do GAMPE, Prédio do DTR, 2º Andar.

Período de Realização do Curso: 05 a 26 de setemnro de 2011

Fase Presencial: Segundas-feiras - Tarde (14h as 17h) ou Noite (18h as 21h).

Fase Virtual: Quartas-feiras pelo gampe.ufrpe@gmail.com

Carga Horária: 36h/a

Local: Sala de Seminários do CEGOE/UFRPE (2º Andar)

Taxa de Material: Graduandos - R$ 40,00 e Graduados ou Pós-graduados - R$ 60,00

INFORMAÇÕES

(81) 9161.8764
gampe.ufrpe@gmail.com
http://gampeufrpe.blogspot.com


Profa. Soraya El-Deir
Profa. Departamento de Tecnologia Rural (DTR/UFRPE)
Coord. do Grupo Gestão Ambiental em PE - Gampe

Abertas inscrições para seminário internacional sobre água

Discutir a relação do homem com a água e os desafios para a educação, promoção da saúde e gestão da água são alguns dos objetivos do 1º Seminário Internacional Água e Transdisciplinaridade: para uma ecologia de saberes, promovido pelo Centro de Estudo Transdisciplinar da Água e coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Senado Federal e a Universidade de Brasília (UnB). O seminário acontece na capital federal, entre 9 e 11 de novembro de 2011, e as inscrições seguem abertas até que as 300 vagas ofertadas sejam preenchidas.

O seminário é uma oportunidade de reunir especialistas, estudiosos e interessados no tema água e no debate sobre a atual conjuntura ambiental, social e econômica e os desafios enfrentados com relação à sustentabilidade. O evento é parte das ações no âmbito da Década Mundial da Água (2005 - 2015), instituída pela Organização das Nações Unidas, que, entre outras abordagens, promove a discussão e reflexão sobre a relação entre água e cultura.

Os interessados em participar do seminário podem se inscrever gratuitamente pelo site até que as vagas ofertadas sejam preenchidas. A confirmação das inscrições será solicitada por e-mail e deve ser feita até 20 de outubro de 2011.

Os participantes inscritos que desejarem apresentar trabalhos de sua autoria durante o seminário devem ficar atentos às orientações disponíveis no site e submeter suas propostas até o dia 10 de setembro de 2011.

Uma comissão avaliará os trabalhos inscritos e, a partir de 10 de outubro, divulgará a relação dos selecionados.

Informações
Ascom/ANA
(61) 2109-5129/5103
imprensa@ana.gov.br
www.ana.gov.br

Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)

9 de agosto de 2011

Pesquisadores lançam livro nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira (11) será lançado no Rio de Janeiro o livro "Análise Comparada de Políticas Agrícolas" (Mauad Editora), organizado por Philippe Bonnal e Sergio Pereira Leite.
A coletânea faz uma análise comparada de políticas públicas voltadas para a agricultura e o meio rural no Brasil, na França e na Europa. O prefácio do livro é assinado pelo presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato S. Maluf.
Segundo os organizadores da coletânea, não se trata apenas de analisar uma política a partir de sua capacidade transformadora da realidade, mas de analisá-la como um processo, uma construção social que mobiliza atores cujos interesses são divergentes e às vezes antagônicos, ocupando distintas posições dentro de uma estrutura de poder.
Participação social, espaços de coordenação, construção de pactos e consensos possíveis são algumas das questões de formulação e implementação de políticas públicas que atravessam os capítulos.
Serviço
Lançamento do livro "Análise Comparada de Políticas Agrícolas"
Dia: 11 de agosto (quinta-feira)
Horário: 19 horas
Local: Livraria Prefácio, Rio de Janeiro
Fonte: Ascom/Consea

4 de agosto de 2011

Alimentação como direito humano básico é tema de conferência em Minas GeraisMinas Gerais é o primeiro estado a promover a Conferência Estadual de Segu

4 de agosto de 2011

Minas Gerais é o primeiro estado a promover a Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, numa série que antecede a 4ª Conferência Nacional, marcada para 7 a 10 de novembro, em Salvador, na Bahia. A abertura do encontro será nesta sexta-feira (5), às 8h30, em Jaboticatubas, com a presença da secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Maya Takagi, que fará palestra sobre "Erradicação da miséria e da fome em Minas Gerais e no Brasil". O presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas Gerais (Consea-MG), Dom Mauro Morelli, participa do debate.
O tema da conferência estadual é “Alimentação adequada, saudável e solidária: direito humano básico”. Até domingo, 450 representantes da sociedade civil, de movimentos sociais, órgãos públicos e privados discutirão propostas a serem levadas ao encontro nacional. No final, serão eleitos os delegados que irão para Salvador. Para viabilizar o encontro, o Consea-MG promoveu 25 conferências regionais, com o envolvimento de 395 municípios e 1,9 mil participantes.
A conferência nacional deve ter a participação de cerca de 2 mil pessoas, entre delegados, convidados e observadores. Os 26 estados e o Distrito Federal estarão representados, respeitando a diversidade e a pluralidade do País. Dois terços da delegação – selecionada durante as conferências municipais, regionais ou territoriais, estaduais e distrital – serão formados pela sociedade civil e terão entre seus integrantes representantes indígenas, quilombolas, população negra, povos de terreiro, além de outras comunidades tradicionais.
Um dos objetivos do evento nacional será buscar a construção de compromissos para efetivar o direito humano à alimentação adequada e saudável e promover a soberania alimentar, por meio da implantação da Política e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) nos planos federal, estadual e municipal com a participação da sociedade civil.
Serviço
5ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas Gerais
Data: 4 a 7 de agosto
Hora: 8h30 (abertura oficial na sexta-feira)
Local: Hotel Fazenda Canto da Siriema, estrada de Jaboticatubas, km 56, Serra do Cipó
Fonte: Ascom/MDS

28 de julho de 2011

2º Feira da Agricultura Familiar e Artesanato deve receber 20 mil visitantes

Fonte:
Setor de Comunicação da Fetape
26/07/2011

Com o tema “Integrando para o Desenvolvimento Sustentável e Solidário no Agreste Meridional”, trabalhadores e trabalhadoras rurais de 14 municípios vão comercializar seus produtos na 2ª Feira da Agricultura Familiar e Artesanato, que acontecerá em São Bento do Una, entre os dias 28 e 31 de julho. Estima-se que cerca de 150 expositores coloquem à disposição de consumidores e consumidoras verduras, frutas e legumes, produtos beneficiados, como mel e queijo, artesanatos em cerâmica e couro, entre outros. A expectativa é de que o evento receba 20 mil visitantes.

Oficinas, palestras temáticas, barracas para degustação de comidas típicas da região e atrações de grupos culturais da agricultura familiar terão espaço no evento.

A atividade, que ocorre dentro do calendário da 14ª Corrida da Galinha, é promovida pela Fetape, Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Polo de Garanhuns, Contag, CUT e Prefeitura de São Bento do Una.

Patrocinam a iniciativa o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Reforma Agrária, Secretaria Executiva da Agricultura Familiar e Secretaria de Cultura; BNB e Chesf. As parcerias são do ICN, Prorural, IPA, Cooperativa Nossa Casa, Território da Cidadania do Agreste Meridional, UFRPE – Unidade Acadêmica de Garanhuns.

Serviço

28 a 31/07 – 2ª Feira de Agricultura Familiar e Artesanato – em São Bento do Una.

Tema: Integrando para o Desenvolvimento Sustentável e Solidário no Agreste Meridional”.
Sindicatos participantes: São Bento do Una, Águas Belas, Angelin, Belo Jardim, Bom Conselho, Buíque, Canhotinho, Capoeira, Ibirajuba, Lagoa do Ouro, São João, Palmeirina, Paranatama e Venturosa.

Horário: No primeiro dia – das 14h às 17h; no dia 29 – das 8h às 17h ; no dia 30 – das 9h às 19h ; e no dia 31 – das 9h às 19h.

Local: Rua Milton Paiva, Centro de São Bento do Una

1 de junho de 2011

A África tem sede de Brasil

Fonte:Revista CartaCapital online, em 28/5/2011
publicado em 31/05/2011

Por Celso Amorim

Escrevo este artigo no dia dedicado à celebração do continente africano. E faço isso com muita alegria, por constatar, pela leitura do discurso pronunciado pelo ministro Antonio Patriota na cerimônia com que o Itamaraty marcou a efeméride, que os conceitos e princípios que se desenvolveram durante o governo do presidente Lula continuam a presidir a política africana de Dilma Rousseff. Patriota deu, ele próprio, os dados que ilustram o vertiginoso crescimento das nossas relações com o continente africano durante os últimos oito anos.

A África sempre esteve no imaginário da política externa brasileira, embora nem sempre de forma coerente ou consequente. Durante a ditadura, o Brasil foi lento em dar apoio aos movimentos de libertação das antigas colônias portuguesas. Graças à visão de dois homens, Ovídio Melo e Italo Zappa, nos redimimos em parte desse pecado ao agirmos de forma pioneira e corajosa reconhecendo o governo do MPLA em Angola.

Na primeira viagem que fiz à Africa durante o governo Lula, visitei sete países, seguindo a orientação do presidente, mas instigado também por uma cobrança de minha mulher, que, ao me ouvir relatar iniciativas quanto à Venezuela, Mercosul etc., me interpelou: “E pela África vocês não estão fazendo nada?” Isso foi em abril de 2003, quando decidíamos nossas prioridades e refazíamos nossas agendas, dominadas então por temas impostos de fora, como a Alca.

Desde aquela primeira visita, observei a realidade que inspirou o título deste artigo: “A África tem sede de Brasil”. De Moçambique a Namíbia, de Gana a São Tomé e Príncipe, cada um a seu modo e de acordo com suas características e dimensões, veem no Brasil um modelo a ser seguido. Lula revelou-se o mais africano dos presidentes. Pediu perdão pelos crimes da escravidão, visitou mais de duas dezenas de países e abriu caminho para ações de cooperação e negócios. Essa determinação em não deixar que a África escapasse do radar das nossas prioridades provocou muitas críticas da nossa mídia ocidentocêntrica (o leitor perdoará o barbarismo), que só arrefeceram quando o presidente chinês visitou sete ou oito países em mais ou menos 12 dias. Aí os nossos “especialistas” passaram a dizer que a nossa ação era insuficiente…

Uma agência de notícias publicou, a propósito, em fevereiro um excelente artigo comparativo entre as ações do Brasil e da China na África. Em suma, o Brasil ganha na empatia e no jeitinho (no bom sentido), mas perde de longe nos recursos investidos. E para quem nunca se deu ao trabalho de olhar, além do interesse comercial (a África seria hoje, tomada como país individual, o nosso quarto parceiro comercial, à frente do Japão e da Alemanha), o continente africano é um vizinho muito próximo com o qual temos interesses estratégicos. A distância do Recife ou de Natal a Dacar é menor que a dessas cidades a Porto Velho ou Rio Branco. Nossa zona marítima exclusiva praticamente toca aquela de Cabo Verde. Isso sem falar no enorme benefício que uma maior relação com o Brasil traria para a África, contribuindo para afastar a sombra do colonialismo renascente, agora movido não só por capitais, mas por tanques e helicópteros de combate.

Tive recentemente o privilégio de passar quatro semanas na Kennedy School of Government, em Harvard. Como já comentei em outro artigo, pude observar aí a preocupação (quase obsessão) com temas relacionados com a segurança, até certo ponto compreensível em um país envolvido em duas guerras (ou três, se incluirmos a Líbia, como devemos fazer) e perplexo diante das mudanças que têm ocorrido fora do script inicialmente traçado para a implantação da democracia de fora para dentro e por força das armas.

Houve também oportunidades para conversas sobre temas mais amenos, mas igualmente importantes, com professores provenientes dos mais diversos recantos do planeta. Uma delas foi com o queniano Calestou Juma, que ocupou cargos internacionais na área ambiental e que publicou há pouco um livro sobre agricultura africana. Juma completou seus estudos de doutorado no Brasil, em Piracicaba, atraído pela noção de que o nosso país é um modelo a ser seguido. Não sou técnico em temas agrícolas, mas pude relatar a Juma algumas de nossas iniciativas nesse campo, como o escritório da Embrapa, em Gana, e a experiência pioneira de uma fazenda-modelo de algodão no Mali, que visa a beneficiar alguns dos países mais pobres do mundo. Foi de Juma (a leitura de cujo CV na Wikipédia recomendo aos interessados em aprimorar nossa cooperação com os vizinhos de além-mar) que ouvi a melhor formulação do que o Brasil significa para as esperanças de desenvolvimento da África: “Para cada problema africano existe uma solução brasileira”. Se a nossa agência de cooperação estivesse em busca de um slogan, não haveria melhor. Pagando direito autoral, é claro.

*Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Formado em 1965 pelo Instituto Rio Branco, fez pós-graduação em Relações Internacionais na Academia Diplomática de Viena, em 1967. Entre inúmeros outros cargos públicos, Amorim foi ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco entre 1993 e 1995. Depois, no governo Fernando Henrique, assumiu a Chefia da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas e em seguida foi o chefe da missão brasileira na Organização Mundial do Comércio. Em 2001, foi embaixador em Londres.

24 de maio de 2011

Alimentação escolar em debate na Câmara

23/05/2011

Quase dois anos depois da aprovação da lei sobre alimentação escolar, representantes da sociedade civil e membros do poder público voltaram a se reunir no Congresso para falar sobre as vitórias garantidas pelo marco legal e os desafios que ainda se impõem. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) foi implantado em 1955. Nos últimos anos, o Pnae já vinha sofrendo transformações, mas em junho de 2009, com a aprovação da lei 11.947, a alimentação escolar passou a ser considerada direito humano e constitucional. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) o orçamento do programa para 2011 é de R$ 3,1 bilhões, para beneficiar 45,6 milhões de estudantes.

Com a nova lei, a comida servida na escola passa a integrar o processo de ensino-aprendizagem, já que educação alimentar e nutricional integra o currículo. A legislação deve promover a soberania e segurança alimentar e nutricional dos escolares e passou a atender, além das crianças, o ensino médio e a educação de jovens e adultos. Além disso, reconheceu o papel da agricultura familiar na produção de alimentos saudáveis. E garante a dinamização das economias locais com a obrigatoriedade de que ao menos 30% do orçamento do Ministério da Educação destinado à alimentação escolar seja para compra direta destes agricultores. Na prática, a medida também gera a valorização de produtos locais e contribui para a formação da cultura alimentar.

Segundo dados do FNDE e MDA divulgados em 2010, 28,3% dos municípios brasileiros compram produtos da agricultura familiar para o Pnae. E o número pode ser muito mais expressivo visto que apenas 55% dos municípios responderam o questionário e mais de 400 outros realizavam chamadas públicas na época da pesquisa para começar a incluir a agricultura familiar entre os vendedores de alimentos para alimentação escolar. É uma estatística a ser comemorada, apesar das diferenças regionais, na avaliação de Vanessa Schottz, técnica da Fase e secretária executiva do Fórum de Soberania e Securança Alimentar e Nutricional (FBSSAN). Ela participou da audiência pública sobre o tema realizada em 20 de maio na comissão de Educação e Cultura da Câmara. “Essa é uma lei muito inovadora porque inverte a lógica de políticas públicas que favorecem os grandes interesses da indústria e do comércio”, destaca Vanessa. Ela explica que a aprovação da lei foi uma grande vitória da sociedade, que se organizou intensamente para este fim. O resultado de tanto trabalho é uma política pública que precisa colocar setores diferentes do Estado para conversar - agricultura, saúde, educação, entre outros – e, por isso mesmo, tem na aplicação grandes desafios. “Essa volta ao Congresso é importante para lembrar os avanços e avaliar o que deve ser melhorado em relação à lei”, comenta.

Desafios


Entre os desafios para a implementação está garantir controle social. Vanessa alertou no plenário que os conselhos de alimentação escolar - que são ligados às secretarias de educação nos estados e municípios - precisam ter melhor formação técnica e política, respaldo da Justiça para encaminhar denúncias com segurança e garantia de infraestrutura para funcionar. Além de ser um canal para exigência do direito à alimentação escolar, são os conselhos que aprovam as contas públicas de estados e municípios neste quesito.

Vanessa e outros participantes enumeraram outros desafios para a total implementação do Pnae: investir na infra-estrutura das escolas para o adequado preparo dos alimentos; trabalhar para a profissionalização e valorização das merendeiras; melhorar o sistema de logística para transporte e armazenamento dos alimentos e fazer estados e prefeituras compreenderem seu papel em garantir as contrapartidas necessárias para que o Pnae funcione. Hoje o governo federal repassa R$ 0,30 por aluno/dia como subsídio para alimentação escolar e espera contra-partidas dos estados e municípios, por exemplo, com o pagamento dos profissionais que vão preparar os alimentos.

“Mais um motivo para a importância de voltar agora ao Congresso é que muitos dos desafios do Pnae não dependem do Panae, mas de outras políticas públicas e leis que estão tramitando. Um exemplo é a necessidade de fomentar a produção de alimentos saudáveis pela agricultura familiar, como financiamento para produção agroecológica”, destacou Vanessa. Além disso, ela lembra que já começaram os debates para a construção do Plano Plurianual (PPA), que determina orçamentos de governo nos próximos quatro anos. Então é preciso criar no PPA mecanismos para garantir os recursos necessários para melhorar a estrutura e gestão para do Programa Nacional de Alimentação Escolar. O mesmo vale para mecanismos de reajuste automático do valor per capta repassado pelo governo federal aos estados e municípios.

Terceirização


Outra preocupação trazida a público na audiência diz respeito à terceirização do programa. Segundo Vanessa Schottz, o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, destacou que a terceirização deve ser combatida veementemente. Ela lembrou que esta também é uma posição do Fórum de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional que já se manifestou diversas vezes, entre elas na Revista Proposta, da Fase, contra a terceirização. O fórum indica que a garantia do direito humano à alimentação é incompatível com as atividades empresariais, pois estas têm como único objetivo o lucro.

Na audiência Vanessa lembrou que são muitas as denúncias ao longo dos anos que mostraram desvios devido à terceirização da alimentação e se somam às recentemente televisionada pelo programa “Fantástico”, da TV Globo. “A terceirização vai contra e nunca poderá garantir objetivos do Pnae como a formação de hábitos alimentares saudáveis e a inclusão da merenda nos processos de ensino-aprendizagem das escolas” explicou. Vanessa lembrou também que a compra da agricultura familiar, por lei, deve ser direta e não pode ser intermediada por empresas.

Além dos representantes do FBSSAN e Consea já mencionados, participaram da audiência como debatedores Albaneide Peixinho (Coordenadora Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar do MEC/FNDE), Dep. Nazareno Fonteles (autor do requerimento), Arnoldo Campos (Diretor do Departamento de Valor e Renda - Representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário), Antoninho Rovaris (Secretário de Política Agrícola - Representante da CONTAG).

Publicada no site da Fase: http://www.fase.org.br/v2/pagina.php?id=3527

15 de março de 2011

Conselheiros são co-autores da Coletânea "Fome Zero"

Marcelo Torres

Cerca de 20 pesquisadores e especialistas que integram ou já integraram o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) participam da coletânea "Fome Zero - Uma História Brasileira", que será lançada nesta terça-feira (15), 18h, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Entre os co-autores da trilogia estão o atual e o ex-presidente, Renato S. Maluf e Chico Menezes, respectivamente, além de Marília Leão, Naidison Quintella, Elisabetta Recine, Ana Maria Segall, Edmar Gadelha, Anna Beatriz Vasconcelos, Walter Belik, Frei Betto e dezenas de outros.

São três livros, cerca de 100 autores e a história de uma estratégia que transformou a cara do país nos últimos anos. São reportagens, artigos, entrevistas, depoimentos e vários textos sobre a história de um programa que virou estratégia nacional.

A obra analisa o conjunto de ações responsáveis pela redução da miséria e pela melhoria dos indicadores sociais no país. Os livros mostram os caminhos da mobilização social, do enfrentamento da fome, da implantação do Fome Zero e de um novo país que emergiu de políticas de renda, proteção social, alimentação e agricultura familiar.

Entre as figuras públicas que participam dos livros estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra Miriam Belchior, os ex-ministros José Graziano, Patrus Ananias e Márcia Lopes. A obra tem a participação de pesquisadores, gestores e técnicos da área pública e de representantes da sociedade.

A publicação foi organizada por Adriana Aranha, ex-assessora do Fome Zero, produzida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Fundação Banco do Brasil (FBB).

Participam do evento de lançamento a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Alfredo Streit, e o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Renato S. Maluf, que é um dos autores de artigos.

O evento desta terça-feira terá a participação de dezenas de autores e colaboradores, representantes do governo e membros de conselhos, embaixadas, organismos internacionais e parceiros do Fome Zero. Os integrantes do Consea que participam da XXI Reunião Plenária do órgão e os presidentes de conselhos estaduais estão entre os convidados da solenidade.

O evento está previsto para começar às 18h, no Auditório Wladimir Murtinho, no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF).

Serviço
Lançamento da Trilogia "Fome Zero - Uma História Brasileira"
Data: 15 de março (terça-feira)
Horário: 18 horas
Local: Auditório Wladimir Murtinho, Palácio do Itamaraty, Brasília (DF)

2 de março de 2011

MDS lança editais para ampliar número de Restaurantes Populares em todo o País

Para fortalecer o enfrentamento à extrema pobreza e promover a segurança alimentar e nutricional e a inclusão produtiva das famílias do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) publicou, nesta terça-feira (1º), os editais para ampliar o número de Bancos de Alimentos, Cozinhas Comunitárias e Restaurantes Populares em todo o País. Essas unidades fazem parte da rede de equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional.

Serão investidos R$ 11 milhões em Restaurantes Populares, R$ 4,5 milhões nos Bancos de Alimentos e R$ 14,6 milhões nas Cozinhas Comunitárias. O financiamento se destinará à construção do prédio, aquisição de equipamentos, móveis e utensílios, além de atividades de formação e qualificação profissional na área de alimentação, nutrição e gastronomia junto aos beneficiários do Cadastro Único. A manutenção e a gestão desses equipamentos serão de responsabilidade das prefeituras ou governos estaduais.

Neste ano, o edital de Cozinhas Comunitárias se direciona aos municípios selecionados para os projetos Praças do PAC e Creches ProInfância, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Já o Banco de Alimentos vai priorizar municípios operadores do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A iniciativa busca fortalecer a articulação e integração entre os programas e equipamentos públicos no âmbito local. Os Restaurantes Populares se destinarão a municípios acima de 100 mil habitantes.

As propostas devem ser enviadas por meio do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv1), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, até 12 de abril. O resultado será divulgado no dia 23 de maio. Todas as informações estão detalhadas no edital, disponível na página do MDS na internet.

Os critérios de pontuação para a seleção das propostas apresentadas vão priorizar a implantação dos equipamentos em áreas com maior concentração de população em situação de pobreza e extrema pobreza, e ainda o incentivo ao desenvolvimento de atividades de formação e qualificação profissional na área de alimentação, nutrição e gastronomia junto às famílias inscritas no Cadastro Único - base de dados usada para seleção dos beneficiários para os programas sociais do Governo Federal.

Programa - Os Restaurantes Populares e Cozinhas Comunitárias, equipamentos públicos de alimentação e nutrição, integram a Rede Operacional do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). Visam ampliar a oferta de refeições adequadas a preços acessíveis à população de baixa renda. As instalações apoiadas têm capacidade mínima de produção de mil refeições diárias, nos restaurantes, e de 200, nas cozinhas.

Os Bancos de Alimentos são unidades de abastecimento e combate ao desperdício. Auxiliam na distribuição dos gêneros alimentícios do PAA, além de se caracterizarem como importante espaço de articulação com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Atuam ainda na doação às entidades socioassistenciais, pertencentes ao Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Com apoio do MDS, já foram criados, em todo o País, 67 Bancos de Alimentos, 406 Cozinhas Comunitárias e 89 Restaurantes Populares.

Serviço
Editais para Bancos de Alimentos, Cozinhas Comunitárias e Restaurantes Populares
Recursos: R$ 30 milhões
Prazo de inscrição: até 12/04/11
Divulgação do resultado: 23/05/2011

Fonte: Ascom/MDS

28 de fevereiro de 2011

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE

O Projeto Democracia Participativa (PRODEP) da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) junto com o Ministério da Saúde abre inscrições para
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE.

O curso de extensão tem por prioridade atualizar os conselheiros de saúde de diferentes níveis da Federação; técnicos e gestores governamentais envolvidos com a política de saúde; e membros de organizações da sociedade civil com experiência participativa e/ou profissional na política de
saúde.

Serão oferecidas 400 (quatrocentas) vagas, a serem preenchidas de acordo com a ordem de inscrição e considerando os requisitos solicitados no Edital. Caso as vagas não sejam preenchidas pelo público prioritário abriremos vagas para conselheiros de políticas inter-relacionadas com a saúde.

A carga horária será de 100 horas/aula. A previsão de início do curso é emMarço e término em Maio.

As aulas serão ministradas na modalidade de ensino à distância, são totalmente gratuitas e se dividirão em três unidades:

• As concepções da democracia e sua influência na constituição do Estado;
• Noções de controle público e participação social pós-Constituição de 1988;
• Gestão do Sistema Único de Saúde e participação popular no
sistema.

O período de inscrições será de 28 de fevereiro a 11 de março de 2011.

Acesse o edital através do link: http://www.democraciaparticipativa.org/saude

Mais informações sobre o curso também estão disponíveis no telefone: (31) 3499-3551 ou pelo email: e_prodep@fafich.ufmg.br.

Secretário da Caisan fala na TV sobre a 4ª Conferência Nacional

Marcelo Torres

A TV NBr exibiu em diversos horários na semana passada uma entrevista com o secretário executivo da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, Onaur Ruano, sobre a 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

A entrevista tem duração de 14 minutos e pode ser acessada clicando aqui.

Ruano falou sobre as questões centrais da 4ª Conferência, como o lema, os eixos, os objetivos, os prazos e as conferências preparatórias (municipais, regionais, estaduais e distrital), além dos eventos temáticos.

A 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional acontece de 7 a 10 de novembro, no Centro de Convenções de Salvador, Bahia e deverá contar com a presença da presidenta Dilma Rousseff, governadores, ministros de Estado e diversas outras autoridades.

Participam do evento cerca de 2.000 pessoas, sendo 1.600 delegados - escolhidos nas 27 unidades da Federação e 400 observadores e convidados nacionais e internacionais, entre eles os representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Resumo
4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Quando: 7 a 10 de novembro
Onde: Centro de Convenções de Salvador (BA)

Veja aqui a entrevista do secretário executivo da Caisan

Merenda escolar tem pior avaliação no Norte e Nordeste

Amanda Cieglinski

As populações do Norte e Nordeste são as que têm a pior avaliação sobre a qualidade da merenda oferecida nas escolas brasileiras. Enquanto na média nacional 59,5% acha que a qualidade dos alimentos servidos é boa, nessas duas regiões a maior parte avalia o serviço como regular: 39,7% no Norte e 47% no Nordeste.

Os números foram apresentados nesta segunda-feira (28) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir de 2.773 entrevistas realizadas em novembro. O objetivo foi captar a opinião da população sobre políticas e serviços públicos na área da educação. Menos de 43% acreditam que o impacto de programas de alimentação escolar sobre o desempenho dos alunos é bom ou muito bom e 17% acham que é ruim.

No Sul e no Centro-Oeste, mais de 70% dos entrevistados disseram que a qualidade dos alimentos oferecidos é boa. Sobre a quantidade dos alimentos, mais uma vez a pior avaliação foi feita no Norte e no Nordeste: 52,6% e 53,6%, respectivamente, consideraram pouca ou muito pouca a quantidade de comida ofertada. No Sul do país, esse percentual é inferior a 15%. Na média nacional, a maioria (67%) avalia como suficiente a quantidade servida nas escolas.

A oferta de merenda nas escolas é responsabilidade dos estados e municípios, com apoio do governo federal. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação, repasse atualmente R$ 0,30 por aluno ao dia para custeio desse serviço. O restante deve ser complementado pelos governos estaduais e municipais.

O Ipea também aponta o desconhecimento da sociedade em relação aos conselhos escolares, cuja função é acompanhar a gestão administrativa, financeira e pedagógica de uma unidade de ensino. Mais de 70% da população desconhece a existência dessa instância, que deve ser composta por representantes de pais, estudantes, professores, servidores da escola e membros da comunidade local.

Fonte: Agência Brasil

Em reunião no MDA, Rebrip expõe preocupação com preços de alimentos

Integrantes da Rede Brasileira pela Interação dos Povos (Rebrip) se reuniram na última sexta-feira (26) com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, para conversar sobre a relação da agricultura familiar e as negociações internacionais.

Representantes do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), da Federação de Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Departamento de Estudos Rurais (Deser) expuseram suas preocupações com a questão da crise dos preços dos alimentos no mercado global, a posição do Brasil na discussão das mudanças climáticas, a cooperação internacional e a necessidade de o MDA continuar a ser propositivo nas reuniões de especialistas da agricultura familiar do Mercosul.

Esta reunião foi muito importante, pois o Rebrip pode apresentar ao novo ministro o trabalho que vem realizando, em conjunto com a assessoria internacional do MDA, desde o primeiro mandato do governo Lula. Esta parceria deve continuar porque precisamos - governo e sociedade - avançar muito em relação aos direitos da agricultura familiar nos tratados internacionais , declarou Edélcio Vigna, assessor do Inesc.

O ministro Afonso Florence expôs alguns problemas da pasta neste início de governo, e declarou que viu com satisfação a iniciativa da Rebrip. Avaliou que os pontos levados pelo grupo e as preocupações do MDA se complementam no sentido de consolidar a agricultura familiar no cenário político nacional e internacional.

Fonte: Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

16 de fevereiro de 2011

Pernambuco sediará II Encontro Nacional de Agricultoras/es Experimentadores

Por Mariana Landin - Comunicadora Popular da ASA

Faltam pouco mais de dois meses, mas é grande a expectativa de Pernambuco para sediar o II Encontro Nacional de Agricultores/as Experimentadores/as, previsto para acontecer entre os dias 27 e 29 de abril, na cidade de Pesqueira, Agreste do Estado. O evento acontece numa data simbólica para o semiárido, o dia da Caatinga, comemorado em 28 de abril. A caatinga é o bioma predominante na região semiárida.

O encontro será promovido pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e pretende reunir cerca de 250 pessoas, entre agricultores/as experimentadores/as de todo Semiárido, técnicos de organizações que integram a ASA e comunicadores populares.

O encontro reforça a importância de identificar agricultores/as familiares que participam da dinâmica da Articulação e que desenvolvem experiências exitosas de convivência com o Semiárido. “O encontro se propõe a mobilizar agricultores/as experimentadores/as, a partir do mapeamento de experiências consideradas inovadoras e que contribuem com o desenvolvimento sustentável da região Semiárida”, destaca Neilda Pereira, representante da Coordenação Executiva da ASA-PE.

Durante os três dias de atividade, serão realizadas visitas de intercâmbios, com o objetivo de estimular a reflexão sobre a ação política da ASA, a partir do protagonismo das famílias agricultoras.

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11 de fevereiro de 2011

Erradicação da extrema pobreza e direito à alimentação

Data: 11/02/2011

Renato S. Maluf
Estamos a poucas semanas do anúncio das ações a serem implementadas pelo Governo Federal visando à erradicação da extrema pobreza no Brasil. Em boa hora a presidenta Dilma Rousseff estabeleceu uma meta que re-energiza as dinâmicas sociais e políticas induzidas pelo Fome Zero e outras iniciativas no campo social, ampliando o horizonte com a pretensão de eliminar as marcas mais detestáveis de nossa profunda desigualdade social.

Os alimentos devem continuar a receber atenção prioritária, qualquer que seja o enfoque adotado para caracterizar a pobreza e desenhar os instrumentos correspondentes. Sabe-se que a pobreza engloba múltiplas dimensões e tem formas diversas de manifestação, de modo que é bastante heterogêneo o universo dos que podem ser considerados pobres no Brasil ou em qualquer outra sociedade. Contudo, as condições de acesso à alimentação estarão sempre entre os parâmetros que aferem as condições de existência dos indivíduos, famílias ou grupos sociais, em particular, daqueles em extrema pobreza.

É de esperar, portanto, que as ações a serem anunciadas se valham da legitimidade social e da experiência de integração nas políticas públicas já alcançadas, no Brasil, pela promoção da segurança alimentar e nutricional à luz dos princípios da soberania alimentar e do direito humano à alimentação adequada e saudável. Esse último foi recém- consagrado entre os direitos sociais previstos na Constituição Federal, ganhando visibilidade como referência mobilizadora da sociedade e orientadora de programas públicos. O decreto presidencial 7272/2010, assinado pelo ex-presidente Lula, determinou a elaboração de um plano nacional de segurança alimentar e nutricional até o final de agosto deste ano.

Ressalto três tipos de contribuição para a erradicação da extrema pobreza entre as proposições elaboradas pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), espaço aglutinador de ampla variedade de setores da sociedade e do governo. Primeiro, dados levantados pelo IBGE apontam que 30,2% dos domicílios brasileiros ainda sofriam, em 2009, de algum tipo de insegurança alimentar, desde episódios de fome até o comprometimento da composição da sua alimentação. Isto requer universalizar as transferências de renda pelo Bolsa Família e seguridade social e também o acesso à educação e saúde, combinadas com políticas específicas para grupos populacionais como povos indígenas e demais povos e comunidades tradicionais, populações rurais do Norte e Nordeste, populações em situação de rua e outras formas de pobreza urbana. Em todas as ações, crianças, idosos e mulheres demandam atenção particular.

Segundo, o Brasil carece de uma política de abastecimento com papel ativo do Estado articulando, de forma descentralizada, a ampliação do acesso à alimentação adequada e saudável com a promoção da produção familiar de base agroecológica. Promover profundas alterações nos modos de produzir, comercializar e consumir alimentos inclui, de um lado, controle do uso de agrotóxicos num país que se tornou o maior mercado mundial desses produtos, promoção de uma agricultura diversificada com incentivo às práticas da agroecologia, proteção da sociobiodiversidade, defesa dos direitos dos agricultores familiares, reforma agrária e acesso à terra e à água. As famílias rurais reúnem a dupla condição de grupo social com elevada incidência de pobreza extrema e produtores de alimentos.

De outro lado, a promoção da alimentação adequada e saudável requer ações educativas (associadas à prevenção) e o enfrentamento dos males de saúde provocados pela má-alimentação, por meio da atenção nutricional no SUS e da regulamentação da publicidade de alimentos. Dados oficiais de 2009 revelam que o excesso de peso entre a população adulta atinge 50,1% dos homens e 48% das mulheres; a obesidade já afeta 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres. Entre os adolescentes, o excesso de peso atinge 21,5% dos homens e 19,4% das mulheres. Os significativos ganhos já conseguidos em relação à fome e desnutrição foram acompanhados da incorporação desses outros males entre os problemas de saúde pública que, note-se, incidem fortemente entre os mais pobres.

A crise internacional dos alimentos mantém os alimentos e a agricultura no centro dos debates mundiais. O mercado internacional caracteriza-se pela grande volatilidade nos preços das commodities agropecuárias. O índice de preços dos alimentos calculado pelo Banco Mundial estava, em dezembro de 2010, apenas 8% abaixo, em termos reais, do pico atingido em junho de 2008. Milho, trigo, arroz, soja, cevada e açúcar se destacam entre os causadores da recente alta.

Se ainda restavam dúvidas, confirma-se a necessidade de fortalecer, no plano interno, o papel regulador do Estado e montar o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, previsto pela Lei 11.346/2006. Não há erradicação de extrema pobreza bem sucedida quando os preços dos alimentos ficam ao sabor da especulação e da lógica privada. Entre junho de 2007 e maio de 2008, o custo da cesta básica aferido pelo Dieese em 16 capitais apresentou elevação anual entre 27,24% e 51,85%.

No plano internacional, mesmo que a alta dos preços seja saudada pelos benefícios que traz a um punhado de exportadores, o Brasil tem também responsabilidades a cumprir na promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional dos povos. O Consea já iniciou debate a respeito. O foco se volta para cortar os elos entre especulação com ativos financeiros e preços dos alimentos, bem como avaliar as propostas que visam dar maior transparência aos estoques mundiais e instituir mecanismos para enfrentar as oscilações nos preços.

A terceira e fundamental contribuição diz respeito à participação e controle social dos programas e ações públicas que já se alcançou no campo da segurança alimentar e nutricional, assim como em várias outras áreas no Brasil. A composição intersetorial dos espaços de participação como os Conseas (nacional, estaduais e municipais) oferece um mecanismo particularmente útil na articulação entre setores de governo e entre as esferas de governo, em simultâneo com a interação governo e sociedade civil. É possível e desejável que o compromisso com a construção do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, de forma pactuada, entre as três esferas de governo e a representação social, venha em reforço ao cumprimento da meta de erradicar a extrema pobreza no nosso país.

Não seria realista - pior, soaria demagógico - pleitear a eliminação da desigualdade social e seu corolário, que são as formas relativas de pobreza. Mais grave, vivemos numa sociedade que é uma insaciável máquina geradora de desigualdade nas relações privadas e na sanha por se apropriar das benesses do aparelho de Estado por meio do Executivo, Legislativo ou Judiciário. No entanto, é perfeitamente possível extirpar as manifestações extremas que negam a um vasto contingente da população a possibilidade de viver uma vida minimamente digna. Para tanto, claros compromissos são requeridos e não apenas do Governo Federal, se não que envolvendo as três esferas de governo e os demais poderes, além de contar com decisiva participação e controle social.

Renato S. Maluf é professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, presidente do Consea e membro do Comitê Diretivo do Painel de Especialistas em Segurança Alimentar e Nutricional do Comitê de Segurança Alimentar Global (CFS/FAO).

7 de fevereiro de 2011

Já está disponível o regimento da 4º Conferência Nacional de SAN



Informe Consea 07/02/2011

O regimento da 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional já está disponível para consultas na Internet. O documento foi aprovado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e publicado no Diário Oficial da União em 22 de dezembro de 2010. O documento pode ser acessado na página eletrônica do Consea
clique aqui.
A 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi convoada por meio de decreto presidencial de 1º de dezembro de 2010. O evento vai acontecer no Centro de Convenções de Salvador, Bahia, entre os dias 7 e 10 de novembro deste ano e deverá reunir em torno de 2.000 participantes.

Como a 4ª Conferência acontece após a aprovação e promulgação da emenda constitucional 64, que incluiu a alimentação entre os direitos sociais dos brasileiros, o tema do encontro é Alimentação Adequada e Saudável: Direito de Todos .

O objetivo maior da conferência é o de construir compromissos para efetivar o direito humano à alimentação adequada e saudável, promovendo a soberania alimentar por meio de uma política e de um sistema nacional.
O evento vai analisar avanços, ameaças e perspectivas para a efetivação do direito humano à alimentação adequada e saudável e para a promoção da soberania alimentar em âmbito nacional e internacional.

Os conferencistas também vão avaliar e fazer recomendações para avançar o processo de implementação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) nas três esferas de governo. A idéia é que se fortaleçam três princípios defendidos pelo Consea: a intersetorialidade, a exigibilidade do direito e o controle social.

O evento será orientado por três grandes eixos temáticos: o primeiro é sobre avanços, ameaças e perspectivas para a efetivação do direito humano à alimentação adequada e saudável e da soberania alimentar; o segundo é sobre o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; e o terceiro é sobre o Sistema e a Política Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional.

Eventos preparatórios em estados, municípios e Distrito Federal antecedem a conferência nacional. O cronograma é o seguinte:
Até 31.07.2011 - Conferências Municipais e/ou Regionais ou Territoriais
Até 15.09.2011 - Conferências Estaduais e do Distrito Federal
Até 31.08.2011 - Encontros Temáticos Nacionai

Fonte:
ASA-Comunicação
CONSEA - Informe

4 de fevereiro de 2011

Relatório sobre a segurança alimentar no país

Marcelo Torres

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) divulgou em dezembro o relatório intitulado "A Segurança Alimentar e Nutricional e o Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil - Indicadores e Monitoramento: da Constituição aos dias atuais". O Consea tornou o documento disponível em sua página na Internet (www4.planalto.gov.br/consea) e pode também enviar o estudo àqueles que tenham interesse em obter um exemplar impresso da obra.

Trata-se de um dos mais importantes documentos já produzidos pelo conselho, elaborado por técnicos e especialistas do Consea e parceiros. O relatório apresenta um diagnóstico sobre os indicadores da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros e a situação do direito humano à alimentação nos últimos vinte anos.

Segundo o grupo de trabalho responsável pelas análises, "o documento oferece ao conselho, aos governantes e demais atores sociais envolvidos com esse tema, um diagnóstico abrangente sobre a realização do direito humano à alimentação adequada no país, além de oferecer subsídios para a construção de uma agenda propositiva para os próximos anos no campo da segurança alimentar e nutricional".

De acordo com a pesquisa, "a maioria dos indicadores analisados descreve avanços importantes na realização do direito humano à alimentação no país entre a promulgação da Constituição Federal de 1988 e os dias atuais". O documento destaca o período de 2003 a 2010, com a inserção do combate à fome e a promoção da segurança alimentar e nutricional como prioridades do governo.

O relatório também aponta os desafios que o Brasil precisa enfrentar. Entre esses desafios estão o fato de o país ser o maior comprador de agrotóxicos do mundo, o risco da liberação de sementes transgênicas, a epidemia da obesidade (provocando doenças e mortes) e o elevado consumo de refeições prontas e de alimentos com alto teor de gorduras, açúcar e sal.

Outros entraves à realização do direito humano à alimentação, segundo o relatório, são a concentração de terras, as desigualdades (de renda, de étnias, raças e gênero) e a insegurança alimentar e nutricional dos povos indígenas e comunidades tradicionais, entre outros.

A comissão que preparou o relatório é composta por conselheiros representantes de comissões permanentes, Secretaria Executiva do órgão e representantes de diversas instituições públicas e não governamentais que participam de um dos grupos de trabalhos de trabalho do conselho. As pessoas e instituições interessadas em obter exemplares impressos do estudo podem enviar os pedidos para a secret.consea@planalto.gov.br . Ou podem também imprimir a versão eletrônica.

Clique aqui para obter o resumo executivo do Relatório.

Clique aqui para obter a integra do Relatório

2 de fevereiro de 2011

MDS vai realizar estudo sobre segurança alimentar de quilombolasMDS vai realizar estudo sobre segurança alimentar de quilombolas

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai realizar este ano um levantamento sobre a segurança alimentar e nutricional de 173 comunidades quilombolas no país.

O objetivo é avaliar o perfil nutricional de crianças menores de 5 anos e descobrir como é o acesso das famílias aos serviços, benefícios e programas governamentais.

O estudo será desenvolvido em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Para realizar o trabalho de campo, o MDS contratou, por licitação, o Núcleo de Pesquisa, Informação e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense.

O mapeamento será feito em comunidades que obtiveram título de posse coletiva da terra emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou por órgãos oficiais estaduais entre 20 de novembro de 1995 e 14 de outubro de 2009.

A Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi) do MDS, responsável pela coordenação do estudo, promoverá oficinas técnicas regionais preparatórias para o levantamento.

Nesses encontros, os objetivos e a metodologia da pesquisa serão apresentados aos membros das comunidades. As primeiras oficinas deste ano ocorrerão em Belém, em 23 de fevereiro, e Santarém, dia 25 ambos no estado do Pará.

Fonte: Com informações da Ascom/MDS

Novo secretariado do MDS tem perfil técnico

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) realiza nesta quarta-feira (02), em Brasília, a cerimônia de posse do novo secretariado, que terá perfil técnico. Os novos secretários comandarão projetos, programas e ações de transferência de renda, segurança alimentar e nutricional, assistência social e inclusão produtiva.

São seis secretários que, além de experiência em secretarias executivas na Esplanada dos Ministérios, são mestres e doutores. Suas ações contribuirão para o projeto de erradicação da extrema miséria no País, a meta principal do governo Dilma Rousseff.

Os titulares das secretarias são: Rômulo Paes, médico, especialista em Avaliação de Políticas Públicas e PhD pela Universidade de Londres, fica à frente da Secretaria Executiva do MDS.

Marcelo Cardona, é o secretário executivo adjunto. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Tiago Falcão, economista e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp comanda a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc), responsável pelo programa Bolsa Família.

Maya Takagi, engenheira agrônoma, doutora em Economia Aplicada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), vem da Assessoria Especial da Presidência da República para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan).

Denise Colin, assistente social, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, é a titular da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS).

Ana Fonseca, historiadora, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), assume a Secretaria Extraordinária de Erradicação da Pobreza, que substituirá a Secretaria de Articulação para a Inclusão Produtiva.

Paulo Jannuzzi, matemático, doutor em Demografia pela Unicamp, ficará à frente da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi).

Fonte: Com informações da Ascom/MDS

ÁGUA PRA GENTE

*por William Ferreira A água passa nos canos, mas não é para os canos. É para as pessoas, para os animais, para as lavouras, até mesmo...