20 de dezembro de 2009

Olinda inaugura Centro de Produção de Alimentos

O Centro está voltado para a consolidação das políticas públicas de Segurança Alimentar articuladas à Educação


Reduzir custos na produção da merenda, garantir o direito humano a alimentação e a nutrição dos estudantes da rede municipal de ensino de Olinda são alguns dos objetivos do Programa de Segurança Alimentar Educacional, que será lançado nesta segunda-feira (21) durante a inauguração do Centro de Produção de Alimentos Dom Helder Câmara. O evento será a partir das 12h no Centro de Produção, que fica no Caic- Norma Coelho, em Peixinhos.

Inicialmente, o novo Centro de Produção de Alimentos já produziu cerca de duas mil merendas para os alunos do CAIC, o que já representa uma redução de 25% nos custos da produção da merenda do município, segundo o idealizador do programa, Irageu Fonseca. No período de junho a dezembro já foram produzidas, 387.060 refeições que atenderam 5.175 alunos de 15 unidades de ensino, “o que sinaliza para efetividade e eficiência do Programa de Segurança Alimentar Educacional”, acrescenta.

O custo da merenda na terceirizada é de R$ 0,95 , no Centro de Produção custará para o município R$ 0,71, já incluso os descartáveis, valor que tende a decrescer quando o programa estiver atendendo toda a rede de ensino de Olinda. Paralelo ao Programa há a construção do Restaurante Popular para melhorar e ampliar a oferta de alimentos à população, além de fomentar a melhoria da qualidade de vida e o direito humano a alimentação, e possibilitar ao PSAE a produção da alimentação escolar de toda a rede.

O Centro de Produção de Alimentos – Anexo I (Caic) – está projetado para operar com capacidade de produção estimada em 10.000 unidades de merenda e foi revitalizado com recursos próprios (PMO) na ordem de R$ 50.000,00. Já o Restaurante Popular (onde vai funcionar a Unidade de Produção II) vai operar na R. José Coriolano Silva, Jd. Brasil II (Feira de Peixinhos), com capacidade estimada para 100.000 unidades de refeições/dia e está sendo construído com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome na ordem de R$ 1.400.000,00.

De acordo com Irageu Fonsêca, o modelo se propõe a produzir e fazer chegar ao aluno da rede municipal uma Merenda de qualidade, com valor nutricional e sabor condizente com a cultura alimentar da região, a custo reduzido e com proposta pedagógica, visando a educação alimentar e nutricional. “Estamos enfocando a alimentação como promotora da saúde integrada ao processo pedagógico”, acrescenta.

O Programa de Segurança Alimentar Educacional de Olinda é financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e conta com o apoio técnico da Fadurpe. Toda proposta foi idealizada em consonância com o Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE/MEC e integra a Política de Segurança Alimentar e Nutricional Nacional e Municipal.

MERENDA – A produção e distribuição da merenda em 2001 era descentralizada e enfrentava diversos problemas, cerca de 1,5 toneladas de alimentos estavam estragados e várias unidades de ensino estavam sem receber os alimentos. Para garantir regularidade na entrega, higiene e qualidade nutricional, a Prefeitura Popular após regularizar o fornecimento dos gêneros alimentícios licitou o serviço. Atualmente são fornecidas diariamente cerca de 27 mil refeições por dia em todas as escolas e anexos da rede. O cardápio é diferenciado para atender as necessidades nutricionais de cada faixa etária. O novo sistema vai manter os benefícios além de diminuir os custos.

Por Ana Paula Gomeze
http://www.olinda.pe.gov.br/educacao/olinda-inaugura-centro-de-producao-de-alimentos

2 de dezembro de 2009

Crise global não afetou tanto agricultura familiar

O recente abalo econômico teve como principal reflexo o aumento da pobreza no meio rural, diz estudo
Leandro Costa
02/12/2009

A desconexão entre as economias rurais e os mercados globais permitiram que o impacto da crise financeira mundial fosse sentido em escala muito menor nas regiões nas quais predomina a agricultura familiar. Isso não quer dizer, no entanto, que o recente abalo econômico não deixou sequelas no campo. É o que mostra o estudo Crise e Pobreza Rural na América Latina, do Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento Rural (Rimisp), com o Instituto de Estudo Peruanos e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. Conforme a pesquisa, que envolveu 11 países latinos, entre eles o Brasil, o aumento da pobreza nas áreas rurais é o principal reflexo da recessão. O estudo diz que, além de piorar a situação de famílias rurais que se encontram em situação de pobreza (57%) e pobreza extrema (28%), os reflexos da crise podem empurrar para essa condição as famílias classificadas como vulneráveis, com renda imediatamente acima da linha de pobreza.

A população que produz para o próprio consumo e venda do excedente será a mais afetada, diz o professor de Economia da Unicamp Antônio Márcio Buianain, um dos coordenadores do estudo. Segundo ele, essa camada da população rural será impactada pela retração do mercado de trabalho, "pois essas famílias vivem de trabalhos temporários."

Em relação ao Brasil, ele crê que o País está em vantagem. "Diria que essa relação entre crise e pobreza rural já foi superada aqui graças a mecanismos de proteção, como programas de transferência de renda e de incentivo à agricultura familiar." Mas ele espera uma piora para 2009/2010, que está terminando de ser plantada. "Se o câmbio continuar valorizado a próxima colheita será inviável e aí essas famílias podem sofrer consequências maiores."

ÁGUA PRA GENTE

*por William Ferreira A água passa nos canos, mas não é para os canos. É para as pessoas, para os animais, para as lavouras, até mesmo...