7 de abril de 2008

OMS elogia Brasil por tratar violência como tema de saúde pública

Por: Claudia Silva Jacobs
BBC Brasil
"O Brasil está empenhado em seguir as recomentações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para tratar a violência como um problema de saúde pública."
A visão otimista é de Miguel Malo, consultor da área de promoção da saúde do escritório da OMS e da Organização Panamericana de Saúde no Brasil.
"A questão da violência não deve ser enxergada só como questão de segurança, que está articulada com a questão da carceragem, punição, etc. Tem haver com um monte de outros fatores", afirma Malo.
"Nesse sentido, eu acho que as políticas que estão se encaminhando nesse momento no Brasil apontam para o caminho certo", acrescenta o consultor da OMS.
"O governo está empenhado nesse processo no Brasil. Outra questão muito importante é que o Ministério da Saúde está fazendo um grande esforço quanto a isso."
Desigualdade Apesar dos altos índices de violência, Miguel Malo diz ter esperança de que o Brasil vai conseguir contornar a crise de segurança.
"Embora os dados mostrem uma realidade muito difícil, principalmente com o crescimento dos homicídios com armas de fogo e o coeficiente de mortes muito alto em algumas cidades, particularmente entre a população jovem, acho que tem alguma coisa para se ter esperança", comenta.
Malo lembra ainda que a própria OMS destaca em seu último relatório que "a violência é evitável". Para o representante da organização no Brasil, a desigualdade social é a maior responsável pelo problema.
"Obviamente, há alguns dados comparativos entre os países que mostram que não é só a questão da pobreza que tem uma relação com a violência, mas é a questão da iniqüidade", diz Malo.
"Países mais pobres que têm menos desigualdades sociais têm menos violência do que os países mais ricos com mais desigualdade social."
Desemprego De acordo com Miguel Malo, uma das recomendações da OMS para combater as desigualdades – e, ao mesmo tempo, a violência – é trabalhar para reduzir os índices de desemprego.
"O maior número de mortes está entre (pessoas com idade entre) 20 e 40 anos. As taxas de mortalidade por armas de fogo pela população masculina são gritantes em algumas cidades do país, como Recife e Rio de Janeiro", diz o representante da OMS no Brasil.
"Isso também tem haver com questões estruturais como a falta de oportunidades", afirma Miguel Malo.
A OMS recomenda ainda que a prevenção da violência seja integrada a políticas sociais e educacionais, o que ajudaria na busca por uma maior igualdade social.
"Alguns programas que não tem haver diretamente com a violência, como o bolsa-alimentação e o bolsa-escola, são importantes. Nesse sentido, esses esforços do governo estão atingindo a questão da violência", conclui Malo.
Extraído de: Portal do PT

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