6 de abril de 2009

Tese na UnB aborda trajetórias de vida de agricultoras na agroecologia

*Marcelo Torres

Nesta segunda-feira, na Universidade de Brasília (UnB), a engenheira agrônoma gaúcha Emma Siliprandi defende a tese de doutorado "Mulheres e Agroecologia: a construção de novos sujeitos políticos na agricultura familiar". Segundo ela, "trata-se de um estudo de trajetórias de vida de agricultoras envolvidas no movimento agroecológico brasileiro".

A defesa da tese será às 9 horas, no Bloco C, Campus da UnB. O trabalho teve orientação de Laura Duarte, da UnB, e Alicia Puleo, da Universidad de Valladolid. A banca será formada por Doris Sayago, Frédéric Mertens, Isabel de Moura Carvalho e Maria Virginia Aguiar, além da Laura Duarte.

Emma Siliprandi nasceu em Porto Alegre (RS), onde se formou em engenheira agrônoma. Fez mestrado em Sociologia em Campina Grande, na Paraíba. Assessorou movimentos sociais rurais e trabalhou para ONGs de desenvolvimento rural e em órgãos públicos (municipais, estaduais e federais) com formulação e execução de políticas públicas.

Recentemente coordenou projetos de cooperação técnica do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) com a FAO (Fundo nas Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura). Seus temas de trabalho são ligados às políticas de apoio à agricultura familiar, e em particular às mulheres agricultoras.

Desde a década de 1980 ela acompanha as discussões sobre políticas de segurança alimentar no Brasil, sob a ótica de construção de sistemas agroalimentares sustentáveis, fazendo parte de várias redes e articulações sobre esse tema.

Sua tese analisa trajetórias de vida de mulheres agricultoras que participam ativamente de movimentos agroecológicos surgidos no Brasil nos últimos trinta anos: mulheres camponesas, agricultoras familiares, trabalhadoras rurais.

Em meio aos movimentos sociais da agricultura familiar identificados com a agroecologia e organizados em torno de uma rede social, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), essas mulheres vêm se mobilizando através de grupos, articulações, campanhas, experiências produtivas e de comercialização.

O objetivo da pesquisa foi evidenciar como essas mulheres, através das suas práticas sociais e, portanto, dos seus discursos, vinham obtendo legitimidade para as suas reivindicações, disputando, com outras forças políticas, espaço para o reconhecimento da existência de pontos de vista próprios sobre os temas da gestão ambiental e do desenvolvimento sustentável.

Na opinião de Emma, essas mulheres se constituíram "como novos sujeitos políticos". A tese procura mostrar "de que forma esses sujeitos foram sendo construídos, quais as suas características, e qual seu significado para a construção de propostas estratégicas para a agricultura familiar e para o desenvolvimento sustentável".

*Assessor de Comunicação do CONSEA

Fonte: Assecom - CONSEA

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