24 de junho de 2009

Rota do Sertão Cangaço

Conheça a rica cultura das cidades sertanejas, cercadas de história e belezas naturais
Tamandaré e Fernando de Noronha são destinos certos. Mas desta vez, apresento-lhes o Sertão. Não o Sertão que temos em nossas memórias, dos noticiários sobre a seca. Mas um Sertão vigoroso, verde, com um clima agradável, gastronomia marcante e cachoeiras. Sim, muita água que transforma as vidas dos habitantes e deslumbra os visitantes. É o Sertão do Pajeú, onde estão localizadas as cidades de Serra Talhada e Triunfo, cercadas de histórias e belezas naturais.

Encravado na serra do planalto da Borborema, Triunfo oferece uma boa infra-estrutura com hotéis e pousadas, onde o turista pode hospedar-se com conforto e iniciar seus passeios. Em três dias é possível conhecer seus atrativos, como o Pico do Papagaio, o local mais alto de Pernambuco com 1,260 m de altitude e temperatura amena.

A Cachoeira do Pinga, de 60 metros de altura, com três quedas, é sem dúvida, uma das mais belas do estado, cercada de pedras, matas de caatinga e plantações de cana-de-açúcar. A primeira queda com dez metros é perfeita para o banho. O acesso é rústico, através de estradas de pedras com paisagens belíssimas, uma verdadeira amostra da vida simples na zona rural. Em 30 minutos do centro da cidade, em caminhonetes que podem ser alugadas, chega-se ao acesso da cachoeira através de uma trilha.

No município, estão 50 engenhos de rapadura, maior fonte de renda da população. Para degustar a bebida tradicional do sertanejo, a aguardente da cana-de-açúcar, pode-se visitar a Cachaçaria Triunfo. O centro da cidade encanta pela arquitetura colonial do século XIX. Em contraponto, o moderno teleférico que corta o céu da lagoa João Barbosa tendo nas suas margens o imponente Cine Teatro Guarany. Pelas ladeiras, grupos de caretas, figuras mascaradas que estalam seus chicotes, enriquecem a cultura da região, que conta com o histórico Museu da Cidade e do Cangaço.

Lampião - Por falar emcangaço, é impossível visitar o Sertão sem ouvir falar de Lampião, herói e vilão, nascido em Serra Talhada e ícone da cultura sertaneja. Toda cidade tem um museu sobre ele. É um orgulho regional, ampliado pelo interesse mundial, diferente de outros tempos, quando se falava em Lampião era sinônimo de problemas.

Em Serra, está o mais interessante de todos, o Museu do Cangaço fundado há 14 anos e com nova sede na antiga estação de trem. É o mais bem montado, com 800 fotos e 500 peças no acervo do coordenador Anildomá Willans, uma autoridade quando o assunto é cangaço. Dono de uma simpatia cativante, conviveu com os filhos do cangaço, mesmo tendo no seu pai, a figura que combateu os cangaceiros.

Desde a época, despertou o interesse e começou a armazenar peças, jornais com matérias sobre Lampião, armas e muitos documentos. "O papel da ternura era tão duro, que o amor precisava andar armado", declama Anildomá, mostrando o braço arrepiado de emoção, ao falar dos versos da apresentação do grupo de xaxado Cabras deLampião, no qual coordena e promove eventos para divulgar a dança dos cangaceiros.
Fonte:
Diário de Pernambuco - 24.06
Por Alexandre Gondim

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