1 de fevereiro de 2009

Óleo de cozinha pode virar biodiesel

O óleo de fritura é utilizado e depois descartado em pias, tanques e esgotos. A etapa posterior a esse caminho trivial do resíduo de cozinha, no entanto, é desconhecida pela maioria das pessoas, que não imaginam ser o alimento uma da substâncias mais nocivas ao meio ambiente. Estima-se que é necessário apenas um litro do produto despejado para poluir um milhão de litros de água. A fim de reduzir o impacto ambiental causado pelo óleo, a pesquisadora do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco (DQ-UFRPE), Cláudia Bejan, desenvolveu um projeto de coleta e reciclagem do material, que pode virar até matéria-prima para biodiesel.
Inicialmente, o trabalho se tratava de um curso de extensão para jovens de uma escola da rede pública de ensino, onde aprenderiam a coletar e armazenar o óleo de cozinha. Idealizado em janeiro de 2008, o projeto foi posto em prática entre os meses de abril e junho deste ano. Após terem noções de sustentabilidade – empreendimento humano ecologicamente correto e economicamente viável, com o objetivo de preservar a biodiversidade –, os estudantes passaram a visitar casas, bares, restaurantes e outros estabelecimentos que lidam com alimentação, para recolher o material e conscientizar a comunidade sobre os impactos causados pelo óleo de fritura.
Durante a realização do projeto, surgiu a oportunidade de parceria com a Usina Piloto de Biodiesel do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), em Caetés, a 249 quilômetros do Recife, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Lá, o óleo recolhido pelos estudantes, através da reciclagem, seria utilizado na produção de biodiesel, que ainda está em fase de teste. De acordo com Cláuda Bejan, o aproveitamento do óleo de fritura é de 90%. Ou seja, de cada 100 litros de óleo de fritura processados, 90 são transformados em biodiesel.
Seja para evitar o derrame de material nocivo em fossas e esgotos ou para obter matéria-prima para produção de biodiesel, a coleta do óleo de fritura é imprescindível para atender as necessidades sustentáveis do presente. Segundo a idealizadora do projeto, Cláudia Bejan, a iniciativa é mais que necessária para a preservação da saúde dessa geração e das gerações futuras. “O óleo de fritura é, no meio ambiente, totalmente prejudicial ao seres vivos. Além de impedir a oxigenação da água, ele provoca o entupimento de fossas e esgotos, que enchem durante períodos de chuva, trazendo doenças para a população, polui rios e solos e provoca a morte de animais aquáticos. Para que isso não aconteça, não se deve descartar o óleo”, alerta a pesquisadora.
Proposta – A necessidade da conscientização da sociedade em relação aos cuidados com o óleo de fritura chamou a atenção da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Durante a solenidade de encerramento do projeto-piloto da professora Cláudia Bejan, surgiu, da secretaria, o convite de levar o trabalho para outras escolas da rede pública do Estado. A implantação do projeto está sendo estudada pela pesquisadora da UFRPE.

Fonte:
UFRPE
Para mais informações: 3320.6371 (Departamento de Química).

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