4 de dezembro de 2008

Projeto incentiva consumo de verduras e hortaliças nas creches e pré-escolas do Recife

Não é de hoje que as famílias brasileiras encontram dificuldade para introduzir frutas, verduras e hortaliças na dieta das crianças. Com a diversidade e facilidade na aquisição das diversas guloseimas, doces e salgados, o sabor dos vegetais nem sempre agrada ao paladar de uma geração que se acostumou a fazer do chocolate, dos iorgutes, pipocas e bombons o padrão para aquilo que se considera apetitoso. Além disso, a dificuldade econômico-financeira por que passam diversas famílias impede a muitos a possibilidade de terem sempre à mesa alfaces, tomates frescos, cenouras, batatas, couves, chuchus, entre outros. E foi exatamente com o objetivo de reverter esta situação e favorecer o processo de formação de hábitos alimentares saudáveis junto a crianças de creches e pré-escolas da Cidade do Recife que pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizaram um estudo e, com base nos resultados, implementaram um trabalho educativo-pedagógico de intervenção nessa realidade
O projeto Formação de Hábitos Alimentares Saudáveis em Crianças de Creches e Pré-Escolas Públicas de Recife, coordenado pela professora Joseana Maria Saraiva, do Departamento de Ciências Domésticas da UFRPE, iniciou em janeiro de 2008 e engloba as ações do Programa Crescer, da empresa Pepsico do Brasil.
A pesquisadora, juntamente com estudantes dos cursos de Economia Doméstica da UFRPE e Nutrição, da UFPE, iniciou os trabalhos realizando uma pesquisa de campo com crianças atendidas em oito creches do Recife. O resultado desta pesquisa demonstrou que 90% dos meninos e meninas matriculados nessas instituições desconheciam diversos tipos verduras e hortaliças e não tinham o costume de utilizá-las em sua alimentação diária.
Na segunda etapa do projeto, foram implantadas hortas orgânicas dentro das instituições participantes da pesquisa. As hortas receberam cuidados das mães das crianças, sendo as frutas e verduras colhidas divididos entre as unidades de ensino e as famílias. Além disso, as próprias mães participantes foram incentivadas a levarem o conhecimento elaborado nas aulas para suas próprias casas, com o intuito de produzirem verduras e hortaliças em seu próprio quintal.
Num momento posterior, as crianças das oito creches e pré-escolas acompanhadas participaram de uma série de oficinas e encontros lúdico-educativos, ministrados pelos pesquisadores participantes do projeto. Os professores e auxiliares das instituições participantes também foram envolvidos nesse processo. Os encontros tiveram o objetivo de favorecer, de forma participativa e, principalmente, divertida, um maior contato com as verduras e hortaliças por parte dos meninos e meninas, visando o consumo das mesmas e a formação de hábitos higiênico-alimentares saudáveis. A última oficina foi realizada no dia 21 de novembro, na creche Sítio do Cardoso, na Madalena – um self-service de sanduíche natural.
“É importante ressaltar que durante todo este processo as crianças e suas famílias foram sujeitos na construção do conhecimento, participando ativamente todas as ações, e não apenas como meros espectadores”, destacou a professora Joseana Maria Saraiva.
Através de historinhas, filmes, jogos e palestras educativas as crianças atendidas pelo projeto foram tomando conhecimento sobre os diversos tipos de frutas, verduras e hortaliças. As oficinas de preparo de sanduíches naturais, saladas de fruta, sucos e o buffet de hortaliças ajudaram a quebrar a imagem negativa que algumas crianças tinham dos vegetais e favoreceram o consumo destes por parte dos infantes, tanto dentro das instituições de ensino como em suas próprias casas.
“Verificamos que, antes da pesquisa e das oficinas que fizemos, havia pouco conhecimento e aceitabilidade por parte das crianças em relação às verduras e hortaliças. Depois de nosso trabalho, verificamos que houve um crescimento no nível de informação e de consumo, fruto da metodologia utilizada e do caráter acadêmico-científico que damos ao projeto”, concluiu Joseana.
Ao todo, 800 crianças foram beneficiadas pelas ações do projeto.

Fonte: UFRPE

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